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29 de mar. de 2009

Cigarro entre os dedos
Neuroses minhas?
Ela saiu com os amigos justamente quando os meus chegaram em casa
As vezes faz coisas que não entendo
Fiquei em uma situação ridícula
Todos ficaram sem entender nada
Ela sai de repente, depois de dizer que ia deitar porque estava com dor de cabeça
Meus amigos chegam com garrafas de vinho
Ela bate a porta depois de dizer que está indo para o Baixo
Quinta-feira
2:20, todos já foram embora
Resolvo ir ao encontro dela
Chegando por lá, noto a presença de uns amigos, outros dela e uns nossos
Caminhando em direção a mesa dos amigos da Nana pergunto por ela e todos falam que está no banheiro retocando a maquiagem
Maquiagem?
Alguma merda ela estava aprontando
Resolvi ir até o banheiro
Chegando por lá ela estava com uma amiga, Aline M. e estavam literalmente retocando a maquiagem
Me puxa de repente para dentro de uma das portas do banheiro
E ali me dá um prazer que nenhuma outra pessoa no mundo é capaz
Seus beijos pelo meu corpo
Pontas dos dedos nas minhas costas
Sinto prazer no ato e chego no meu limite
Se é que existe algum ao lado dessa maluca
Depois a gente volta para a mesa, peço uma dose de whisky
Passamos o resto de nossa noite ali
Com os amigos dela
Do jeito que ela queria desde o início

23 de mar. de 2009

Alice ali
No banco ao lado do meu
Só nós duas dentro do carro
Quando me fez carinho na cabeça me disse sem dizer que me queria
E deixei que ela fizesse isso
Fui permitindo seus toques e quando vi já estava em cima de mim
Me dando prazer e carinho
Beijando meu pescoço e me dizendo palavras bonitas
Sussurrando
Gemendo
Percorrendo meu corpo com as mãos
Ouvindo o barulho da água do rio que corria a passos de onde estávamos
Naquela calma do ato
Chegamos ao máximo do prazer e nos encolhemos logo depois
Ela acendeu um cigarro e não me disse mais nada
Olhando pra mim e esperando por palavras que pudessem sair da minha boca
Eu não disse nada
Estava confusa em pensamentos e culpa
Eu tinha uma mulher que me esperava
Só que eu estava no meio do nada
Perto de um rio
Trancada no carro com outra mulher
Que me deu carinho
Que me fez gozar

19 de mar. de 2009

Outro corpo
Mulher
E toques
A maneira como se mexe na cama
Como conduz o sexo
Não é a mesma
Que dorme comigo quase todos os dias
Nem que anda de pés descalços o tempo todo pela casa
Sujando tudo de grama e baba de cachorro
E olha mergulhando nos meus olhos
Sinto que sente vontade de me ter sempre que é possível
E faço quase tudo que me pede
Só que as vezes esqueço
Me estresso e não quero
O mesmo de sempre
É preciso sentir algo diferente
Pra continuar existindo
Sobrevivendo nos dias de cão
Não existe culpa em chegar em casa e deitar na cama da Nana depois de fazer sexo com outra mulher
Olho para dentro dos seus olhos e vejo verdade, há amor em nós
O fato de as vezes durmir e sentir prazer com outras pessoas
Não quer dizer que não há mais amor
Maíra, Alice e tantas outras...
São noites em que esqueço tudo e sinto desejo sexual por alguém que não é a Fê
E ela não precisa saber
Nem sofrer
Também não quero saber de nada
Se ela faz o mesmo
Prefiro uma verdade bem contada
Como as quais eu conto quando não estava trabalhando
E sim gozando com uma outra mulher

9 de mar. de 2009

De fato não entendo como amei uma pessoa e ela se foi
Como foi fundamental em algum momento meu
Me vi fazendo parte da necessidade de sua vida
E não, cair dessa altura e olhar além da janela e poder ver
Que todos estão tranquilos e que vivem bem sem mim
Vejo tantos sorrisos e tanta alegria
E as vezes me sinto tão usada
Como qualquer mercadoria que perde o valor com o tempo
As pessoas amam a prazo, seus sentimentos e sensações tem validade
E isso não posso ver com bons olhos
Não sei sentir dessa maneira estranha e desapegada
Pois me entrego sem querer nada
Mas peco por me decepcionar quando viram as costas e vão embora
Pois eles todos não estão nem aí para os meus sentimentos
Eu fiz um bem pra cada pessoa que passou por mim
Não menti em momento nenhum
Não fui outro
Sempre fui a mesma criança interessada na novidade ambulante
Na próxima pessoa
As pessoas se cansam umas das outras
E isso é uma pena

Know your rights

Posso ir até NY, Holanda ou Caribe

Ir até o outro lado da cidade

Mudar de casa

Morar em apartamento

Posso correr em todas as manhãs

E beber litros e litros de água gelada

Posso beber whisky, vinho, cerveja

Misturar tudo para tomar o maior de todos os porres

Só que no dia seguinte passo em frente ao espelho

E verei meu rosto ali, quase em cacos

Posso jogar uma pedra bem pesada e quebrar esse vidro que desgraça vidas

Posso tentar pular da ponte e cair no rio

E fazer tantas outras coisas só para não ter que ter certeza de que sou eu

O erro.

A coisa estranha.

Sou como um vômito deixado na privada do banheiro público

Ou a merda de cachorro deixada na rua

E ainda um escarro no banco do carro

Todo esse nojo que tenho de mim

Esse desprezo

Essa dúvida

Medo

Descontrole e desespero

Minha cabeça não me deixa por um minuto tranquila

Minha idéias tão novas não agradam a maioria

Não há luz que não se apague

5 de mar. de 2009

Eles querem aparecer

Mesmo que sujos e rasgados

Mesmo que bêbados e desequilibrados

Embriagam-se pelo tédio das horas dos dias

A noite liberta qualquer alma que vaga pelas ruas

Percorro os bairros e sinto a brisa leve que vem do mar

O mato nos traz aquele calor acolhedor

Me sinto em casa

Gosto de sentir no rosto, o vento

Tantos nós

Eu não estava puta da vida quando ela chegou

O que de fato irrita é que ela gosta de contar que chegou pra salvar a minha pele

Não é bem assim

Eu já era de certa forma independente

Está certo que não era muito regrada e que não me alimentava bem

E tá certo que ela me tirou da noite, da bebida e da boemia

Eu permiti que ela fizesse isso tudo

Só que agora tenho a necessidade de ter um pouco mais de espaço

Não consigo ficar preso nessa prisão em que tu me colocou

Só aqui fico fraco

Eu adoro tua companhia

Baby, eu faço e te dou qualquer coisa

Mas pelo amor que você tem a vida

Vamos pra rua

Eu preciso ver gente

Fumar meu cigarro e percorrer com os olhos a fumaça

Preciso dar meu trago no chopp

E eu não entendo como pode querer o contrário
Essa noite foi tão quente e boa
Que em palavras não consigo dar tamanha intensidade
Ela dormiu aqui
Na minha casa, na mesma cama
Dormimos abraçadas
Seus braços no meu pescoço
A boca na minha
E o vento que vinha da rua
Não era capaz de controlar as gotas que pingavam de nossos corpos
Quentes, trêmulos e entrelaçados um no outro
Sinto que estou na pele dela e ela está na minha
Seus dedos percorrendo meu corpo
Ela tentava me sentir
Queria estar tão perto
Estava grudada em minha pele
Seu cheiro impregnava o espaço
O nosso sexo delicado e excitante
Nos levou ao limite
Prazer!
Gostaria que não tivesse entrado no ônibus

Ali, em pé, percebi o quanto te quero

Pude notar como você incomoda meu corpo e juízo

Fico desorientada com a tua presença e nem sei nada de ti

Nome ou sobrenome...que horas são?

Esse jeito de vestir, de ser bela e simples

Morena das 8:00 am

Fico tão confusa, sinto que minha voz não sai

Não tento pra não fazer feio na tua frente

Vem...chega até aqui

Atravessa a rua e me chama

Respondo tudo que quiser saber

Me olha nos olhos de perto

E se liga em como a minha respiração está atrapalhada

Do meu peito sinto saltos incontroláveis

Tão fortes

Cinco minutos

E o ônibus chega e fico parada no meio da pista

Sem poder chegar mais perto

E mesmo assim, por te ver

Do outro lado da rua

Entra e não sei mais nada

Não te vejo e sofro procurando te encontrar

Só queria poder olhar nos teus olhos

Até breve, assim espero!