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3 de dez. de 2008

Eu sinto tanta falta do meu cigarro grudado nos meus lábios
Entre meus dedos
Desenrolando meus pensamentos
Ele era minha companhia nas noites e me ajudava a enxergar além
Tanta falta que eu sinto dele
Para aquele silêncio , olhos nos olhos e desvios
Nada como lançar do maço, um ciagrrinho
Só que ele leva muita grana da gente
Ingrato nesse sentido financeiro
Falando francamente
E ressaca de cigarro é péssimo!
Talvez seja uma das piores coisa da vida
O dia seguinte, aquele gosto forte de tabado na boca
Erght!
E as pessoas acham que ser artista é ter glamour
Elas não entendem nada de sensibilidade
Empregadas na correria das horas dos dias
Trancadas em salas e escritórios
Arght!
Que tipo superficial de vida
Presas nessa mesma coisa de sempre
E elas tem medo de ousar
De fazer diferente
Por mais que queiram, elas tem medo de tudo
Elas só pensam em dinheiro e pagar e ter contas e filhos e família
Essa repetição enjoada
Mesmas coisas
Assim não dá!
E a diferença?
A novidade?
Pelo amor do santo que é deus
Ousem ousem ousem ousem
As noites de sexta-feira são solitárias
E você podia pegar nas minhas mão e me levar para tomar umas cevejas
Mas parece que não está muito aí...
Desligada do resto do mundo nessa sua letargia que me incomoda
Vamos, baby, faz alguma coisa
Reage e saia desse limbo em que se encontra
Eu vou te pegar as 23:00 e nós vamos dar umas voltas por aí
Vou entrar no carro e passar na tua casa e você se prepara
A gente pode tentar achar uma festa interessante
Sim, as noites de sexta-feira são realmente bem solitárias
Só que se tiver umas bebidas e amigos, tudo fica bom
Ou pelo menos a gente foge do tédio
E a gente esquece que amanhã é sábado e depois domingo
Esses dias superficiais onde as pessoas exigem qualquer coisa da gente
Sim, as noites de sexta-feira são realmente solitária

2 de dez. de 2008

Restos de um corpo...
O tempo mudando, do calor infernal a ventania forte que possibilita um temporal
Restos de um corpo de bruços
Muito sangue perto da cabeça
Não sei se é só sangue ou restos da cabeça também
Pessoas se desesperam com a morte de um homem desconhecido
Perto dos restos do pobre homem, uma bicicleta
Virada de cabeça para baixo
Como a vida deste homem
E a minha
Me sinto parte deste pobre coitado que perdeu a vida
Sinto uma forte tensão no corpo
E fico desesperada, não quero ver a morte tão perto
Respiro, ao menos tento, e não consigo e me sinto morta a partir desse instante
Me emociono e choro feito bebê com fome querendo peito de mãe
Aos prantos, sem conseguir respirar direito, aflita ao caos de uma avenida movimentada
Em luto!
Todas as pessoas se olham e se chocam
Olham os restos, sentem pena e se comovem
Não sei o que fazer, pensar...
Fico perdida no meio de sensações estranhas e novas
Me sinto parte de uma vida perdida
Em pedaços no meio de uma rua
Abro a janela do meu quarto e vejo no chão da rua um corpo estirado.
Um ônibus parado.
E um homem de joelhos, sentado no meio fio da rua em desespero.
Não entendo nada...
Uma enorme mancha de sangue e restos de um corpo.
Seu meio de transporte de trabalho de cabeça para baixo.
Parece que o mundo por instantes está de cabeça para baixo
Uma lágrima rola do meu rosto, penso na vida perdida, no desespero do motorista do ônibus que infelizmente passou por cima do entregador de pizza.
E me coloco nas duas situações...
As 18:15 pm
Rua cheia, ônibus cheio, tantas testemunhas de um acidente
Eu da minha janela, tentando entender a cena
Tentando processar uma vida perdida
E a agonia desesperadora de quem tirou, por acidente esta mesma vida
Fico perdida, pego o telefone e ligo para pessoas próximas, não consigo engolir a morte sozinha
Tenho que vomitar essa novidade ruim em outras pessoas
Em frente ao meu prédio muitos policiais aguardam o rabecão
E ele não chega
20:50 e nada
Aquele corpo ainda no chão estirado, agora com um saco em cima
Venta forte, parece que o infeliz está se despedindo
Pobre do homem que perdeu a vida trabalhando