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2 de dez. de 2008

Restos de um corpo...
O tempo mudando, do calor infernal a ventania forte que possibilita um temporal
Restos de um corpo de bruços
Muito sangue perto da cabeça
Não sei se é só sangue ou restos da cabeça também
Pessoas se desesperam com a morte de um homem desconhecido
Perto dos restos do pobre homem, uma bicicleta
Virada de cabeça para baixo
Como a vida deste homem
E a minha
Me sinto parte deste pobre coitado que perdeu a vida
Sinto uma forte tensão no corpo
E fico desesperada, não quero ver a morte tão perto
Respiro, ao menos tento, e não consigo e me sinto morta a partir desse instante
Me emociono e choro feito bebê com fome querendo peito de mãe
Aos prantos, sem conseguir respirar direito, aflita ao caos de uma avenida movimentada
Em luto!
Todas as pessoas se olham e se chocam
Olham os restos, sentem pena e se comovem
Não sei o que fazer, pensar...
Fico perdida no meio de sensações estranhas e novas
Me sinto parte de uma vida perdida
Em pedaços no meio de uma rua

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