Páginas

30 de nov. de 2012

blues da madrugada

Pensamentos voam
o coração flutua com o jazz que invade o quarto
que detona o silêncio
uma brisa leve derruba um quadro do Dean
ela esteve aqui mais cedo e não sei porque mas alegra o ambiente
o smomento
seu sorriso
seu cabelo
seus dentes sobre a minha pele
gargalhando as onze horas da noite
no meio do ato
em cima da cama
são gritos e gemidos
sussurros no pé do ouvido

29 de nov. de 2012

O amor e outras drogas

Porque para todas as respostas: olhar apenas pra dentro
calar a boca
ouvir os sons do próprio corpo
da alma expandindo-se
não cabe mais,
tornou-se velho e sendo assim, morreu.
Qualquer substância ou sensação de dependência gera escravidão
e alienação
gera o fim
gera o nada
o limbo
a vida é grandiosa
grades incolores são piores que cadeia / prisão
é preciso partir uma corrente por dia
abrir uma porta
melhorar o ser
...
sim, óbvio
não é fácil mudar
não é fácil
mas depender de algo externo é ter a certeza de que tudo é efêmero
de que um dia acaba
tudo acaba
o sentimento
a droga
a onda
o copo de água
tudo passa!

...

está tudo tão lá dentro
todas as respostas para todas as dúvidas
cala a boca
e fica em silêncio.

...


28 de nov. de 2012

Huuum

Chove tanto lá fora
os cães quietos dormem no chinelo que está no chão
sem um tostão no banco
sem um teto próprio
sem nada de material
mas há um amor que pulsa no peito
uma certeza de que tudo ficará bem
que o futuro é mais presente que futuro
plantas sorrindo com mais um pouco de água
a vida transborda do copo
mais uma taça, por favor
esse vinho chileno que deixa a boca seca
que logo necessita de água
corpos quentes
faces
bochechas e testas
tetas e barrigas suadas
as reações de nossos corpos provocados por ações externas
tudo interno pulsa
corrente solta que internamente resolve todos os problemas mais matemáticos do mundo
há um excesso de sentir
um boom de sensações
sentimentos que são entregues no ápice do fogo
palavras delicadas lançadas na hora do puro e simples momento de entrega
vai, voa pra bem longe
por um segundo
um só instante!

27 de nov. de 2012

Drunk Girl

Eles vendem corpos
correntes de ouro, prata
nada tem mais valor que mais um ...
feias almas que vagam pelas horas da vida
não há um sorriso
me condeno por ter pena
não!
ao menos não deveria
me sinto burguês, um pequeno burguês
fico chocado com a falta de noção e de cuidado
nosso corpo
nossa vida
sem vontades próprias
escravos da droga
correndo atrás de mais um lance, realce...morte!
A morte se esconde
a morte é mais um tiro
corpos gelados
corações disparados
mentes neuróticas
não há o lado positivo
entendi
agora, enfim, entendi
não presta
é uma droga
mata!
Eles estão perdidos, vagando por ruas
ela tinha um olho bonito
mas um olhar perdido, baratinado...entorpecido
não era aquela dos olhos verdes
que tinha um charme
embora tivesse perdido o corpo
seu corpo apenas osso
apenas osso
não come
não pensa em comida
vive por aí atrás de mais um lance, mais um realce
acorda, menina
acorda!
Há vida nos pulmões
há vida!
Sentimentos tomam pensamentos
afogando esperas lentas
doces delicados
suaves
feito um doce derretido
derrete na boca
no meio da sala
na ausência de luz, no escuro da noite, no quarto
a vida muda direções
no céu o nublado reina essa semana
chove torrencialmente
o rio de janeiro não gosta
as meninas de jeans e botas
as ruas repletas de casacos que desfilam
óculos escuros nas estantes de casa
a rua repleta de gente
os carros passam
os ônibus freiam
está tudo certo
o céu alinhado com a terra
a vida fazendo parte da corrente sanguínea
das entranhas do corpo
sobre os corpos
mais amor, por favor!
percorrendo as estradas, sem rumo, correndo
quase no fundo dos olhos daquela que me quer bem
quase lá dentro daquela buraco negro e brilhoso
ela tem apreço
ela tem amor
ela tem carinho
e eu dou.
Entrego todas as fichas
não caio nas pilhas
dando carinho
transbordando energia
suavizando 
leveza que transborda do corpo que de tão leve flutua
a alma está dentro de outra
o coração entregue aos ventos...ao outro
dois corações
duas mentes
duas pessoas
dois.
Enfim, um brilho no olhar, um colar que deixa irradiante aquele ser.
Mais ainda
Mais ainda
Mais ainda
efêmeros momentos
entregas perfeitas
praias desertas
ilhas em festa
não mais ilhados dentro de nossos silêncios
entregues aos ventos
a vida
vivos feito formigas que trabalham 24 horas
vento que traz a brisa
brisa que tranquiliza
suaviza
purifica
vem vida! Bem vinda.

21 de nov. de 2012

Ventania

Intenso sentimento que rouba o peito
que paralisa os músculos
feito qualquer surpresa boa que surge e fica aos poucos fazendo carinho
quem foi que disse que tem que ser feio este sentimento?
chega de neuroses
chega de paranoias
sinta o suave sopro do vento que vem da rua e invade as janelas derrubando quadros
sinta o que as mãos do outro no corpo proporciona na vida 
tudo muda
o vento muda a direção da vida
o caminho é repleto de pedra
rios e mares
as vezes a maré não está tranquila e é preciso força para remar e remar e remar
mas se o que sinto no peito agora me tranquiliza o futuro
então o instante já é o único meio de me manter sã e completamente louca de paixão
invadiu as casas
os corações
deu movimento ao que estava em volta
deu vida ao que a morte sucumbiu
deu vento
deu brisa
deu frutos
deixou correr o suave instante delicado e 
a suave troca necessária para ser dois
entregaram-se aos ventos
aos morros
a vida!
E viveram felizes por dias lindos e novos
por instantes de imensa felicidade e prazer...efêmeros feito segundos no relógio
feito um pote de mel
feito abelhas que grudam
os animais amam
a natureza engrandece a tranquilidade que de certa forma instala-se no meu peito
ela veio assim, tão fácil...assim.
E eu de braços abertos recebi seus carinhos
ganhei teus abraços
e ainda ganho.

Ela. Eu.

Ela torna os meus dias tão melhores!
o chopp, mais saboroso
o sono, mais leve
o filme, mais interessante
e o salão de beleza, mais incrível.
está tão impregnada nas minhas entranhas que até toma meus pensamentos
feito um gole
um trago
fui tomada!
E não fez nenhuma exigência, nem pediu nada
eu apenas entreguei tudo
no inteiro, puro e inocente apenas com a intenção de facilitar as coisas da vida
não tem como ter razão
o coração invade o cérebro que paralizado, congela.
não tem nome ou título ou codinome pra esse sentimento
é novo na espécie humana
é apenas meu e seu. Apenas nosso.

20 de nov. de 2012

Dúvidas escandalosas

Não consigo mais escrever uma única linha
simplesmente não sai nada que preste
ou seria eu que não presto?
Mas quando foi que ...
Perder meu tempo
investir no risco
e se o tombo for alto?
mas se não houver nada de ruim?
e se...
é que a partir de hoje não é mais possível ser de outro jeito
não dá mais pra desgrudar
não consigo mais deixar ir embora
grude total
atitude cafona
sentimentos complexos
a culpa coitada, fugiu.

8 de nov. de 2012

Um menino selvagem

O menino pensava no meio da noite
pensava no meio da noite
sobre suas opções
sobre a vida
sobre.
Estava com medo do escuro da noite
do silêncio do quarto
do bicho papão.
Ele estava deixando velhos hábitos
estava entregando aos ventos as loucuras e todos os tipos de substâncias que desligam a mente
que deixa tudo dormente
tornando tudo feito uma realidade paralela
ele estava indo na direção das estradas tortuosas da mente do homem
feito um bicho selvagem
feito um bicho.

5 de nov. de 2012

Ele não entende nada

Ele fala de maneira dura e agressiva sobre o amor
defendendo  o macho e a fêmea apenas com fins reprodutivos
diz que não é normal dois homens e duas mulheres
esse enjoo que percorre meu estômago
sinto nojo do ser
sinto nojo da rocha que é
sinto pena
não chora
endureceu, construindo um discurso pronto
pobrezinho, apenas um menino perdido em sonhos vazios
ignorante
perdido em sombras
engoliu ao longos dos dias de sua vida a fúria grande dos outros, do mundo
absorvendo a violência como mecanismo de defesa
fez-se o instante
saio do banco tendo noção da real situação encontrada 
as pessoas são vazias
as pessoas são vazias
vazias
vazias.