Páginas

19 de mar. de 2017

10:25

a gota de chuva que escorre pelas folhas das árvores
a comunhão da natureza
e os pés firmes sentindo a terra batida
o mundo parece sofrer de alguma epidemia mental
estão todos surtando a troco de nada
horas a fio de trabalho e nenhuma recompensa
o prefeito do RJ preso, agora devolve o dinheiro que desviou da aposentadoria de 120 mil brasileiros
os pássaros sobrevoam por muitas cabeças
onde estamos nós?
a brisa do mar me levou daqui, 
 retirou
 não consegui voltar, 
não consegui nadar contra a corrente, 
não dessa vez
tudo de repente perde a graça
o chopp gelado na esquina
o samba de roda no bar da cidade
andar por aí procurando por mim
sem pensar em rostos
sem pensar
só andar
a chuva aumenta e agora já não há meios de não ser atingido por ela
todos eles feito máquina trabalhando sete dias por semana e mais de 50 horas
o mundo estimula a produção de dinheiro e muitos estão morrendo
o amor é um produto descartável
os produtos também
ela foi a melhor companhia que tive em anos e simplesmente não sabemos como lidar com isso no vai e vem de pessoas que gostam de impregnar nossas entranhas
o ser humano quando quer, é mau
feito um lobo com fome
eu não ando na linha
sou trôpega
respondo as pessoas que me perguntam, as vezes não sou boa menina, não respondo da maneira que querem ouvir, sou fera!
o domingo será assim, de chuva e calma e aqui de dentro dessa casa silenciosa
me lembro quando era criança e queria sair correndo por aí
essa sensação de fuga muitas vezes torna-se presente e necessária
se soubéssemos que as vezes o que nos mantém enraizados são apenas pensamentos bobos, correntes que não existem, apenas impregnando o cérebro de uma maneira que nos causa danos
o ser humano é livre e merece viver gargalhando feito uma criança que acabou de descobrir o som de sua própria gargalhada
esses tempos tão difíceis e essa vida tão remota
o que é que há de errado no mundo?
muito trabalho
muito produto
muito ter
e pouco ser
já não somos mais únicos
somos produzidos em larga escala
são todos iguais e não me sinto diferente disso
há um bundamolismo mundial em que estão todos correndo atrás de nada e por nada.
E o amor?
Pergunto-me, onde estará o amor?

Nenhum comentário: