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3 de fev. de 2010

Ela chegou sem dizer que vinha
e foi ficando
trouxe roupas e trecos
quis me colocar para um dos lados da cama
não perguntou
não disse nada
eu gostei no início e hoje me sinto como algo de estimação
preso nesta relação que não evolui ou piora
andando sem muitas alterações
e a gente se agarra nisso que não muda
eu em você
você em mim
nós dois sobreviventes em um país novo
trabalhando mais de 8 oito horas diárias
com o dinheiro entrando em nossas contas
e a bebida
a droga
e todo o exagero do que é possível
e tudo iludia o que a gente sentia
um dia eu quis ir embora dalí
e contei a ela
que chorou feito criança
dizendo que estava acostumada com a minha companhia
que aguentava
e entendia as minhas palavras
a minha vontade de sair de dentro de uma união que não intensificava
foi ficando sem cores
como qualquer cotidiano que não inova
peguei as roupas
e o resto de bagagem que eu tinha
o apartamento estava no meu nome
mas ela era a pessoa certa para estar nele
eu queria me livrar de tudo
dela
do espaço
ir embora
esquecer
manter como lembrança
o sentir existe de fato
mas esta sensação de liberdade
de não ter que dar satisfação
pedir opnião
brigas não
era eu lá
na novidade
em um lugar amplo de possibilidades
e foi isso que fiz
fui em busca da noite
e dos dias em Londres
solteiro
feliz
vivendo cada noite em um pub interessante
conhecendo pessoas
conversando sobre todos as coisas
sorrindo
solto
alegre
animado
fui ficando assim
gostando de tanta coisa
que uma só era pouco
fui quetendo muito
querendo tanto
e eis que surge
Manuela
Um ser loiro
Maluca
De iniciativa
Intempestiva muistas vezes
Jogava tudo contra a parede
E os pedaços partidos ficavam no chão
enquanto doidão eu ria
largado no sofá
Ah!
Lógico que depois de três trepadas fomos morar juntos
Agora o ap era dela
Era ela a dona do nome das responsabilidades
E eu fui ficando naquilo
No ato
Preso ao fato de estar feliz ao lado dela
De estar pleno
Gosto cada dia mais dela
Manuela

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